Processo investiga suspeita de envolvimento do padre e de ex-diretoras em esquema de desvio de recursos e fraudes na gestão da unidade hospitalar.
Acontece nesta segunda-feira (20) a primeira audiência de instrução dos processos em que o padre Egídio de Carvalho e as ex-diretoras do Hospital Padre Zé, Jannyne Dantas Miranda e Silva e Amanda Duarte da Silva Dantas (ex-tesoureira), são investigados por suspeita de envolvimento em esquema de desvio de recursos e fraudes na gestão da unidade hospitalar, em João Pessoa.
A audiência referente à Operação Indignos, que investiga desvios na gestão do hospital, será realizada no Fórum Criminal de João Pessoa. A Justiça autorizou que ela poderia acontecer de forma presencial ou semipresencial. Com isso, o padre e as ex-diretoras vão ser ouvidos de forma online.
Já a audiência de instrução do processo em que padre Egídio é investigado por supostas fraudes na compra de computadores será realizada em 27 de maio. Nesse processo, também são investigados Amanda Duarte e o empresário João Diógenes de Andrade Holanda, suspeitos de desvio de recursos públicos destinados à aquisição desses equipamentos.
O número de testemunhas foi limitado a 16 pessoas, devendo o advogado indicar as que pretende que sejam ouvidas em audiência de instrução. Em documento enviado à Justiça, a defesa do padre havia indicado 35 pessoas para serem ouvidas na audiência de instrução.
Quando começou a investigação?
A operação ‘Indignus’ foi deflagrada na manhã do dia 5 de outubro, mas as irregularidades no Hospital Padre Zé começaram a ser investigadas quando mais de 100 aparelhos celulares foram furtados da instituição. Esse caso foi tornado público em 20 de setembro. A denúncia, no entanto, foi feita em agosto e imediatamente um inquérito policial foi aberto. Um suspeito, inclusive, chegou a ser preso, mas responde em liberdade e cumpre medidas cautelares.
Padre Egídio deixou a direção do hospital logo após a denúncia sobre o furto de celulares. Os celulares foram doados pela Receita Federal, oriundos de apreensões, e seriam vendidos em um bazar solidário para comprar uma ambulância com UTI e um carro para distribuição de alimentos para pessoas em situação de vulnerabilidade.
No desenrolar das investigações do furto, a Arquidiocese da Paraíba anunciou que estava afastando o padre Egídio de qualquer ofício ou encargo eclesiástico. Na prática, ele fica proibido de ministrar missas ou qualquer outro sacramento da igreja.
Após o furto dos celulares, uma denúncia anônima foi apresentada ao Ministério Público da Paraíba apontado uma série de irregularidades na gestão do padre Egídio.
Na terça, 3 de outubro, uma força-tarefa composta por órgãos públicos da Paraíba foi formada para investigar irregularidades no Hospital Padre Zé.
O Hospital Padre Zé, em João Pessoa, afirmou que constatou inúmeras dívidas que comprometem sua funcionalidade após avaliar a situação operacional, funcional, contábil e financeira da instituição. A gestão disse que a primeira providência foi solicitar ao Ministério Público da Paraíba uma ampla auditoria em todas as contas, contratos, convênios e projetos do hospital.