A transformação digital no Judiciário vai muito além de simplesmente substituir processos físicos por versões digitais. Segundo Bruno Garcia Redondo, ela envolve a reestruturação completa da forma como os tribunais operam, com o uso estratégico de tecnologias emergentes para aumentar a eficiência e a acessibilidade da Justiça. No Brasil, isso inclui a digitalização de processos judiciais, a implantação de plataformas eletrônicas de tramitação processual, a utilização de inteligência artificial para triagem de casos.
O objetivo final é tornar a Justiça mais célere, confiável e acessível para todos os cidadãos, reduzindo burocracias e permitindo uma atuação mais eficaz dos magistrados, servidores e advogados. Entenda!
Como a digitalização dos processos judiciais melhora a eficiência?
A substituição dos processos em papel por sistemas digitais foi o primeiro grande passo rumo à modernização dos tribunais. Com a digitalização, elimina-se a necessidade de transporte físico de documentos, o que reduz custos, elimina perdas e extravios, e acelera o andamento das ações. Sistemas como o Processo Judicial Eletrônico (PJe) permitem que juízes, promotores, defensores públicos e advogados atuem remotamente, com acesso rápido e organizado às peças processuais.

Bruno Garcia Redondo explica que isso facilita prazos, evita deslocamentos desnecessários e abre caminho para a automação de tarefas repetitivas, como a emissão de despachos e a movimentação processual. Como resultado, há uma diminuição significativa do tempo entre a petição inicial e a decisão final, beneficiando diretamente o cidadão.
A adoção de tecnologias digitais amplia o acesso à justiça?
Sim, e de forma significativa. Para Bruno Garcia Redondo, a transformação digital dos tribunais reduz barreiras geográficas, financeiras e estruturais que historicamente dificultam o acesso à Justiça. Plataformas online permitem que cidadãos ingressem com ações sem sair de casa, principalmente em regiões afastadas dos grandes centros urbanos.
A digitalização também facilita o trabalho da Defensoria Pública e de advogados que atendem populações vulneráveis, ao permitir agilidade na análise de documentos e na comunicação com o Judiciário. Além disso, tecnologias de linguagem natural e interfaces acessíveis tornam os sistemas mais amigáveis para pessoas sem formação jurídica, o que ajuda a democratizar o uso dos serviços públicos judiciais.
Quais são os desafios enfrentados pelos tribunais na adoção dessas tecnologias?
Apesar dos avanços, a transformação digital enfrenta obstáculos consideráveis. Um dos principais desafios é a desigualdade tecnológica entre tribunais de diferentes regiões, o que pode agravar a já existente disparidade de acesso à Justiça. Há ainda a resistência cultural de parte dos operadores do Direito, que podem preferir métodos tradicionais. Outro ponto crítico é a necessidade de investimentos constantes em infraestrutura de TI, segurança cibernética e capacitação de servidores.
No entanto, Bruno Garcia Redondo frisa que a transformação digital deve estar ancorada em princípios éticos e voltada para a inclusão social. Isso significa garantir que todos os cidadãos tenham acesso aos meios digitais necessários para interagir com o Judiciário — o que envolve tanto conectividade quanto alfabetização digital. Os tribunais precisam adotar políticas de inclusão digital, promover capacitações e desenvolver sistemas acessíveis para pessoas com deficiência.
Em suma, Bruno Garcia Redondo ressalta que o futuro da Justiça caminha para um ecossistema totalmente integrado, onde a tecnologia atua como aliada da celeridade, da equidade e da confiança pública. Podemos esperar tribunais cada vez mais automatizados, com audiências híbridas, sentenças assistidas por IA e integrações com outros sistemas públicos, como cartórios, bancos de dados fiscais e segurança pública.
Autor: Carye Ulaan